Construa-se menos ignorante. Construa-se mais respeitável. Construa-se gente. Seja humano. Seja quem se é. - Walter Junior.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Garotas Calmas e Limpas em Vestidos de Algodão - Bukowski.




Tudo o que eu sempre conheci sempre foram putas, ex-prostitutas,
loucas. vejo homens com mulheres calmas e
gentis - vejo-os nos supermercados,
caminhando juntos na rua,
eu os vejo em seus apartamentos: pessoas em
paz, vivendo juntas. sei que essa paz
é apenas parcial, mas
existe paz, muitas horas e dias de paz.


tudo o que eu sempre conheci foram boleteiras, alcoólatras,
putas, ex-prostitutas, loucas.


quando uma vai
outra vem
pior do que sua antecessora.


vejo tantos homens com garotas calmas e limpas em
vestidos de algodão
garotas com rostos que não são de predadoras ou de
feras.


"nunca traga uma puta junto com você," eu digo para meus
poucos amigos, "eu me apaixonarei por ela."


"você não consegue suportar uma boa mulher, Bukowski."


preciso de uma boa mulher. preciso de uma boa mulher
mais do que da máquina de escrever, mais do que do
meu automóvel, mais do que de
Mozart; preciso tanto de uma boa mulher que posso
senti-la no ar, posso senti-la
na ponta dos dedos, posso ver calçadas construídas
para seus pés caminharem,
posso ver travesseiros para sua cabeça,
posso sentir a expectativa da minha risada,
posso vê-la acariciar um gato,
posso vê-la dormir,
posso ver seus chinelos no chão.


eu sei que ela existe
mas em que parte deste planeta ela está
enquanto as putas continuam me encontrando?

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Uma coisa no meu coração


Sabes que te amo?
Assim como se ama coisas que fazem mal
Como amo a bebida, a preguiça e os cigarros.
Te amo de maneira qualquer
Sem desespero
Sem cobranças
Sem grudar no seu pé como um maldito chiclete na calçada.
Espero você como um camponês espera a chuva
Que venha quando tiver de vir
Que não seja demais
Para não me afogar em teus braços
E me fazer fugir daquilo 
Que é mais do que precisava.
Que não seja de menos
Para que meu coração não se sinta insatisfeito.
Somente venha como a chuva de primavera
Trazendo o alivio e o sorriso,
Que somente assim será perfeito.
Te amo pelo idiota que és
Sem beleza e sem encantos
E por vezes irritante.
Mas não deixo você saber.
Eu te ignoro
Eu me enlouqueço.
Eu escrevo poesias
Viro tuas fotos do avesso
E penso que te mereço
Por que amo os teus defeitos
E as tuas qualidades
Tanto faz....
As acho legais.
E acho que basta.

Te amo porque teus olhos me trazem paz
São uma noite
Sem placas e sem faróis
Que me perdem
E me devoram
São de ressaca
Como a do mar.
Sabes que te amo?
Como se ama as coisas certas.
Que não se ganham fácil
Que não se tocam
Que ninguém sabe como alcançar...
Mas eu não deixo você saber
Eu não demonstro
Só te dou sorrisos.
Sou boa demais pra isso
Você me da aquele medo....
E é por isso que te amo
Como se ama coisas erradas
Que são mais doces
Que são intensas
E que dão medo....

Pássaro Azul - Charles Bukowski




Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica aí dentro,
não vou deixar
ninguém ver-te.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu despejo whisky para cima dele
e inalo fumo de cigarros
e as putas e os empregados de bar
e os funcionários da mercearia
nunca saberão
que ele se encontra
lá dentro.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica escondido,
queres arruinar-me?
queres foder-me o
meu trabalho?
queres arruinar
as minhas vendas de livros
na Europa?
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado esperto,
só o deixo sair à noite
por vezes
quando todos estão a dormir.
digo-lhe, eu sei que estás aí,
por isso
não estejas triste.
depois,
coloco-o de volta,
mas ele canta um pouco lá dentro,
não o deixei morrer de todo
e dormimos juntos
assim
com o nosso
pacto secreto
e é bom o suficiente
para fazer um homem chorar,
mas eu não choro,
e tu?

Uma estrela no olhar...


Tenho poeria nos olhos
Mas ainda sim consigo ver além
Do que pensei que seria
Através dessa linha
Transparente e salgada
Que você deixou aqui
Desenhada nos meus olhos.

Tenho os olhos vermelhos
Mas ainda consigo olhar pro sol
E sorrir
De esperanças bobas
E coisas de garotas.

Tenho no peito o teu nome queimado
E uma fome inexplicável
Que só teu beijo poderia saciar

E nas noites tenho sonhos com coisas absurdas
Que hão de se realizar.

Tudo o que tenho nestas linhas são você
E uma estrela no olhar...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Ouça. Não entenda.


Eu nem sei se ainda estão aqui
Aquelas fotos que tirei no verão passado
Nem me lembro daquelas palavras que ouvi
Das poesias que recortei do seu retrato.
E aquele beijo ardente
Que fico só nas lembranças
Lembranças de coisas que ainda não vivi.
O pedido de casamento
De um estranho
Um alucinado
Que viaja entre páginas e poeira
Em bebidas e cigarros.
Coisas que são apenas sentimentos
Que surgem num paragrafo
E não tem bem uma explicação.
São porque o são.
Assim como você...
Aguardo sua visita rara
Num dia que estiver disposto
E não tiver desgosto
Quando abrir a janela
E olhar.
Olhar pro mundo a sua volta
Que esta em tudo
Menos dentro de si.
Exceto na sua cozinha
No seu computador
No seu suco de laranja batizado
Nos livros empoeirados da sua estante
Nos papos malucos que você começa
À uma da madrugada
Quando só quero dormi
Mas acabo me rendendo
À suas opiniões furadas
E cada palavra
Que você quiser falar.
Um poeta não é pra entender.
É pra escutar. 



Dedicado, desde a hora do seu nascimento, à Silvério Bittencourt.

Naufrago.




Como histórias das quais me esqueci
E cachorros que abandonei
Todos presos na musica que ouvi
Tudo engarrafado no silêncio
Da raiva que julguei melhor
não ter.
Nem nutrir
Esperanças demais
De coisas
Que no fim
tanto faz...
Se ele vai vir pra mim
ou não.

Esqueça
agora
coisas que falei
pro céu azul
entre as nuvens de um trago.

Não bastará
Somente o sabor das palavras
E projeções na praia branca
E você em outros braços

Não encherá as páginas
Da história que escrevi
Em sonhos reais
Que só eu vivi
Enquanto amava você demais.

É forte demais pra mim
Não vou tentar lutar
Marés em verde vivo
Espuma que leva e trás.
Acho que morri
No fundo dos seus olhos. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A cena que eu quiser



São só sinais 
Que eu recebo de você.
Sem saber se são reais
Ou se é tudo piração minha.
Teu sorriso as vezes me diz algo mais
Mas eu não acredito
Não tenho provas para acreditar.
Teu olhar quase sempre me persegue
Mas eu nunca o encontro.
Tais palavras eu não pude entender
Se era apenas simpatia
Ou será que havia
Uma nota que eu não percebi
Um carinho que pras outras não.
Será que sem querer
Te ganhei e te perdi
Por onde?
Mal te vi chegar...
Mas já senti doer
Foi instantâneo,
Dos teus olhos veio a ferida
Que arde todo dia
Quando penso em você
Na distância e nas suas meninas.
Outra vez me pego pensando
Sobre aquelas horas
Que passei olhando pros seus olhos
E sua boca bem ali...
Desenhada como uma borboleta
No sorriso que me faz sofrer
Tinha as suas mãos presas na minha
Tinha o seu corpo pra me esconder.
Tão perto quanto ar 
E nunca te toquei.
Mas Deus é um garoto mal brincando com formigas
Pelas minhas asas me levou pra longe de você
Hoje seus olhares são esquisitos
E ainda não interpreto os seus sinais
Seus olhos cheios 
De ódio quente e paixão ferida.
Mas eu imagino,
"Eu crio a cena que eu quiser
Eu tiro a roupa pra você
Minha maior ficção de amor."


sábado, 17 de dezembro de 2011

Só por amar...



A grande questão é que agora eu o amo.
Há poucos meses, por poucas razões.
Amo só por amar.

Ou talvez o ame pelo sorriso
Pelas besteiras,
Pelo andar...
Ou minha razão esta em declive.

É olhando pras estrelas
Que eu mesma quebro meu coração.
Entrego-lhe nas mãos
Meu amigo,
Cada verso ruim que sonhei.

E essa canção que ouço agora
Só pra poder te falar:
Desta vez mal vejo história
Só vejo seu olhar,
Nos reflexos das janelas do metro.

Acho que o amo demais
E ele nem sabe.

Por que?

Achei melhor não lhe contar.

Ou talvez ele suspeite.
Quem sabe ele não se veja
Em cada trecho que escrevo
Vai ver ele lê o sorriso
No fundo dos meus olhos
Quando passo por ele
E finjo nem notar.

Só eu posso quebrar meu coração
Mas eu o empresto às tuas mãos
Quando chegar a próxima estação
E a gente se encontrar.



Escrito ao som de Only Love Can Break Your Heart - Neil Young.


Nada se compara, não se preocupe ou se importe
Lamentações e erros são produtos da memória
Quem poderia ter adivinhado o gosto agridoce que isso teria?

Adele.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Corredores Vazios


Enganos.
Véus sobre véus
Que escondem a verdade.
E os teus falsos amores
Que caminham em corredores
vazios
E chegam tarde.
E não te bastam.
E não tornam teu sorriso mais claro.
Nem tira o amargo dos teus olhos.
Os teus beijos.
Ocupados e distraídos
Como garotas
Que se ocupam com as unhas no metro.
Para-te de te enganar.
De mentir pra suas donzelas.
Promessas que não se cumprirão.
Não engane tuas feridas
E depois queime-as na bebida
Que só esta entende teu coração
Que ainda esta partido....

Insuficiência dos Ditames da Razão contra o Poder de Amor



Bocage


"Sobre estas duras, cavernosas fragas,

Que o marinho furor vai carcomendo,

Me estão negras paixões n’alma fervendo

Como fervem no pego as crespas vagas:



Razão feroz, o coração me indagas,

De meus erros a sombra esclarecendo,

E vás nele (ai de mim!) palpando, e vendo

De agudas ânsias venenosas chagas:



Cego a meus males, surdo a teu reclamo,

Mil objetos de horror co’a idéia eu corro,

Solto gemidos, lágrimas derramo:



Razão, de que me serve o teu socorro?

Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;

Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro."

sábado, 10 de dezembro de 2011

Feridas.


Os panos da sua alma
que torcidos, só pingam sangue.
Essa ânsia em teu coração,
num desespero pela cura
usa tudo, exceto
cocaína, como arma
contra a dor.
Você, o senhor do sorriso dela.
Que se ri das tuas lástimas e
se refere a cada lágrima
tua
como a coisas triviais.
Ela, senhora do teu amor,
dos teus sonhos,
dos teus passos tortos na vida.
Uma víbora
traiçoeira
disfarçada de beija-flor
que apimenta-lhe a ferida
E com facadas
desferidas
no peito, chama-te de amor.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Inseto na Janela


Um inseto na janela 
verde como uma esmeralda,
as antenas em pé,
pronto a capitar qualquer 
besteira que as pessoas possam dizer.
A cabeça cor de ouro
pensando coisas que ninguém mais pode entender.
Corre de um lado ao outro tentando
fugir de qualquer morte que o espera
mas se não deu certo pra mim
não dará para você
Há um inseto na janela.
Enfermeiras olham enojadas
como se em seus porres colossais
não colocassem até as tripas pra fora
e desejassem qualquer sexo como cadelas.
Maldito inseto na janela!
que baterá suas asas 
e voará 
para qualquer campo em primavera.
Para qualquer girassol ou
Túlipa, roxa, com aroma de mulher.
E eu ficarei aqui, sentada no metro.
Que inveja desse inseto na janela.

De volta a Terra do Nunca


E há dias em que é difícil até manter os olhos abertos
Como uma fada que joga pó magico por ai
Como sonhos de diários que deixaram de ser secretos
Como cadernos no bolso  
Pra anotar qualquer coisa que venha à mente.
Não entendo os smartphones, nem obras
de gênios falecidos.
Nem crianças que querem crescer
Eu jamais teria abandonado a Terra do Nunca.
Mas meu passaporte venceu
E perdi minha inocência
Ao entender a primeira maldade na tv.
Eu gostava de escrever
aquelas histórias sobre princesas
e cavalos mágicos.
Eu jamais teria abandonado a Terra do Nunca.
E agora é difícil até manter os olhos abertos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Tua boca parece uma borboleta!
















Hoje anoite me sinto em pedaços
Não faço ideia se há amor
Ou se esta tudo acabado.
Tentei me recolher em minha cama vazia
E chorar com a cara no travesseiro
Mas optei por tomar um trago
E levar um lero com Van Gogh.
Eu me identifico com o que ele diz
Ou deve ser apenas presunção minha
Mas tudo bem
Visto que ninguém sabe
Somente eu,
E tu agora.

Pensei em decidir
Em parar de beber e de fumar
Pensei em reconstruir
Os versos que tu jogou no mar.
Mas eu não passava de um garoto ingenuo
Que amou demais uma mulher qualquer
Que deixou meu coração maltratado
E minha mente fragmentada
Isso tudo é a desconstrução da lógica
E não posso aceitar teu pedido de amizade.

Mas ainda posso ver o paraíso
Que você tentou queimar
As cartas jogadas no abismo
A carne viva, 
A lágrima no olhar. 

E numa distancia de mil milhas
Tua boca parece uma borboleta!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Os garotos drogados da Praça XV


Os garotos drogados da Praça XV
Que dormem no gramado da Caixa Econômica Federal
Não se importam com o frio gaúcho
Nem com a crise na zona do Euro.
Os garotos drogados da Praça XV
Com seus ídolos do século passado
Com seus sonhos primitivos de viver em harmonia
Com a estrada, a natureza e alguns bons amigos.
Um cachorro e um cavalo.Talvez.
Me lembro quando eram apenas três
E o futuro parecia ser um garrafão de vinho.
Mas a mãe escondeu a bebida alcoólica
E os garotos se formaram em 
Medicina, direito e engenharia.
Lá se foram todos aqueles gênios
Aqueles olhares cheios de chamas
Que desafiavam o homem 
Por um pedaço de terra
Por uma gota de sangue
Por um beijo de garota.
Ainda posso sentir o peso nas tardes
Nas ruas desertas
Nas calçadas vazias
E posso reconhecer
Nos retratos das paredes
Aqueles sorrisos implacáveis
Que roubavam o brilho da lua
E diziam a todo Oceano
Que somente eles eram 
Inabaláveis.
Pobres garotos perdidos em tarefas
Em paradigmas
Em sonhos pequenos depois dos 17
Cheios de livros, cadernos e roupas sociais.
Desmaiando pelas esquinas
Sem comida e sem dinheiro
Arrasados por estudarem a noite inteira.
E não são mais super heróis
Que compunham aquelas canções
Inspiradas em ídolos de séculos atrás.
Os garotos drogados da Praça XV
Que dormiam no gramado da Caixa Econômica Federal
Hoje são homens distintos
Ricos e intelectuais
Mas perderam aquele espirito
Que os tornavam Imortais.








______________________________________________________
Porque crescer não é de fato evoluir. Obrigada novamente Senhor Silvério B. por ter desencadeado a ideia. 
E dou esta poesia a todos os garotos da calçada da escola, que mais que bem sucedidos, vocês continuem sendo aqueles HERÓIS!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Armadilha.



Sinto que há algo errado
Nessa nossa relação
Não há palavras trocadas
Somente olhares disfarçados
Medindo a reação.

Hoje estou vestida de noiva
Para você olhar pra mim
Não me diga o que esta errado
Só não esconda o teu olhar
O teu ciume e o teu sorriso.
Hoje manterei minha boca fechada
Sem mãos tremulas nem palavras vazias
Você me faz enlouquecer
No silêncio
A cada dia

Você trouxe outra vez
Sentimentos que eu não queria.

Eu fujo de você
Olhando pro outro lado.
Sinto que há algo errado
Nesse jeito de amar.
Sinto que há um medo
Dividido entre nós.

Você me fez ter noites mais longas
Pensando no acaso
No abraço
Que hesitei em te dar.
E agora só posso lhe oferecer
Versos de poesias
Que se quer sei são bons
Se bastam
  Se dizem....

Coisas que uma canção 
Tão bem te diria
Coisas que talvez
Um outro alguém
apenas sussurraria.

Mas eu infelizmente
Só sei te olhar
Só sei te amar
e jamais saberei
Se você pode notar
Que o lugar onde sempre quis estar
Era entre os teus braços.

Então estaria tudo acabado
E eu te daria
Um sorriso lindo
E um belo poema
A cada novo dia.













quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Chique é ser Inteligente!



“A mulher inteligente não é escrava dos caprichos dos costureiros, dos cabelereiros ou dos fabricantes de cosméticos. Antes de adotar a última palavra da moda, ela estuda o efeito da mesma sobre o seu tipo. A mulher inteligente sabe que mais importante que parecer “chique”é parecer bonita. Não quero dizer que ela ande fora de moda, use roupa e penteados antiquados. Mas o que ela usa é o que lhe fica bem, ajuda a sua figura, realça a cor e o brilho de seus olhos e cabelos, a cor da sua pele, remoça-a e torna-a ainda mais interessante para os olhos masculinos.”

Clarice Lispector

Os cabelos de fogo da Menina Ruiva


Eu perdi um minuto da minha vida
Olhando pros cabelos dela
E não pude me arrepender.
Tornados de fogo no rubro dos seus cachos.
Uma mão doce vai pelos seus ombros
Pelo perfume, pelo rosa de sua pele.
Eles estão trançados.
Eles estão dançando
Num emaranhado de chamas e rubis.
Vejo um ponto de ouro reluzir
E a menina ruiva esta distante
Esta amando. Esta amada.
Eu vejo a menina ruiva reluzir
Até lhe daria uma rosa
Mas a rosa se perderia
E se envergonharia
No tornado de espirais vermelhas, que
são os cachos da menina ruiva.
Perdi um minuto da minha vida
Olhando pros cabelos dela
E nem pude lhe agradecer.












Agradecendo agora: Obrigada Yuly.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Menino dos olhos de Ouro.



Um garoto com olhos de ouro
Quando  o sol bate é como se 
Refletissem a aguá.
Gosto de observa-lo com seus olhos dourados.
Gosto da sua risada, como se fosse um trovão.
Gosto de olhar a garota pequena
Amargurada, com seu batom vermelho.
É bom exercitar a cabeça
Pensando se ele ainda esta aqui
Ou se já se foi.
Quantas vezes cometi o erro de
Ter medo.
E minhas mãos suaram frias
Como num inverno da Noruega.
Não lhe falei. Não lhe olhei. Não lhe beijei.
Mas o medo devia ser
Apenas
Uma placa de "perigo"
Na estrada
E não um companheiro
De viagem.
Eu juro que vou deixar isso tudo para trás.
Vou buscar no Pacifico os pedaços do meu coração azul.
Seguirei a estrada que Deus apontou o dedo
E juro que nunca mais irei te amar.
Não tanto como amo hoje,
pelo menos.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Branco.


Branco.
As paredes estão pintadas.
Não há retratos.
Não há lembranças.
É como estar largado no sofá
Observando linhas tortas no teto
E descobrir que não são linhas
São as suas histórias
Que não eram pra recordar.
E tudo está lá
Simples e terrível
Como uma prova de fim de ano.
E seus olhos estão cansados
Há um peso no seu coração
ferido e encharcado
E o pobre pássaro em seu peito
Morreu entoxicado com a fumaça
De beijos ardentes que ficaram
Só na mente e se tornaram
Amargos cigarros.
E você está sentindo
Esse calor de verão
Infernal
E não sabe como  uma
palavra tão bonita
pode significar algo tão feio
Tão cruel de se acreditar:
Amor.
Você se quer sabia o que era o amor
Até que um garotinho partiu seu coração.
E então você sentiu dor e chorou
O homem veio do animal.
Mesmo que ainda fuce as latas
Procure nos restos
Das meninas fracas,
Das iguarias fáceis
Das meninas doces
O pedaço que o cão levou de ti
Jamais o encontrará.
Não mate o pássaro azul
Se nada houver amanhã
Pelo menos não haverá arrependimentos.
Estava cansada de vê-lo todo dia
Esperava por um milagre
Até que enxerguei os teus olhos doces
E percebi que o milagre estava ali o tempo todo.

Olhe teu rosto.
E tente enxergar a si.

Um poeta.
Um amante.
Uma chama
Que trouxe a luz de muitos versos
Neste coração que aqui escreve
E aqui descreve na ponta dos pés.
Eu quero entrar em teu peito
E ser a tua alegria
A tua fantasia
O teu trago de chocolate.
Eu quero que você me mate
Com essa escuridão quente
Que são teus olhos
Que são teus lábios
Que são teus versos.
Quando eu voltar para você quero
Correr mais rápido
Que um grito
E mais que um amante
E mais que um amigo
Você será o melhor dos dois.
Até de nós dois.

E eu ainda te dou poesia. Ainda. Ainda. Ainda.




Agradecendo aos Senhores Silverio B.  e  London por me deixarem fazer uso de seus melhores versos. Muito grata.

sábado, 19 de novembro de 2011

Um poema para o engraxate - Charles B.



Charles Bukowski

Um Poema Para O Engraxate 


O equilíbrio é preservado pelas lesmas que escalam os
rochedos de Santa Monica;
a sorte está em descer a Western Avenue
enquanto as garotas numa casa de
massagem gritam para você "Alô, Doçura!"
o milagre é ter 5 mulheres apaixonadas
por você aos 55 anos,
e o melhor de tudo isso é que você só é capaz
de amar uma delas.
a benção é ter uma filha mais delicada
do que você, cuja a risada e mais leve
que a sua.
a paz vem de dirigir um
Fusca 67 azul pelas ruas como um
adoslescente, o rádio sintonizado em O Seu Apresentador
Preferido, sentindo o sol, sentindo o sólido roncar
do motor retificado
enquanto vocêr costura o tráfego.
a graça está na capacidade de gostar de rock,
música clássica, jazz..
tudo que contenha a energia original do
gozo.

e a probabilidade que retorna
é a tristeza profunda
debaixo de você estendida sobre você
entre as paredes de guilhotina
furioso com o som do telefone
ou com os passos de alguém que passa;
mas a outra probabilidade-
a cadência animada que sempre segue-
faz com que a garota do caixa do
supermercado se pareça com a
Marilyn
com a Jackie antes que levassem seu amante de Harvard
com a garota do ensino médio que sempre
seguíamos até em casa.

lá está a criatura que nos ajuda a acreditar
em alguma coisa além da morte:
alguém num carro que se aproxima
numa rua estreita,
e ele ou ela se afasta para que possamos
passar, ou se trate do velho lutador Beau Jack
engraxando sapatos
após ter queimado todo seu dinheiro
em festas
mulheres
parasitas
bufando, respirando junto ao couro,
dando um trato com a flanela
os olhos erguidos para dizer:
"mas que diabos, por um momento
tive tudo. isso compensa todo o
resto."

ás vezes sou amargo
mas no geral o sabor tem sido
doce. é apenas que tenho
medo de dizê-lo. é como
quando sua nulher diz,
"fala que me ama", e
você não consegue.
se você me vir sorridente
em meu Fusca azul
apoveitando o sinal amarelo
dirigindo firme em direção ao sol
estarei mergulhado nos
braços de uma
vida insana
pensando em trapezistas de circo
em anões com enormes charutos
num inverno na Rússia no início dos anos 40
em Chopin com seu saco de terra polaca
numa velha garçonete que me traz uma xícara
extra de café com um sorriso
nos lábios.

o melhor de você
me agrada mais do que pode imaginar
os outros não importam
excetuado o fato de que eles têm dedos e cabeças
e alguns deles olhos
e a maioria deles pernas
e todos eles
sonhos e pesadelos
e uma estrada a seguir.

a justiça está em toda parte e não descansa
e as metralhadoras e os coldres e
as cercas vão lhe dar prova
disso.