Construa-se menos ignorante. Construa-se mais respeitável. Construa-se gente. Seja humano. Seja quem se é. - Walter Junior.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Úlcera Complexa.


E assim foi me cavando a ulcera
com unhas tão ferozes
que meus seios arrancaram.
E a natureza tão modesta
se tornou complexa
na confusão 
dos meus amores.
E cada gota
de suor
na minha cara
são das palavras 
que escrevi pra ti.
Agora falo, de coração honesto
dos medos que tinha
por ter você aqui.
Me deito agora, libertado
de sonhos, escravo não sou mais
e de tanto que sofri
morro agora em paz.
E nos meus seios guardarei
os teus segredos
teus infantis soluços.
Que a cidade durma e acorde
sem desconfiar de nós.
Porque eu mesma
desconfio
dos teus carinhos
e teus sussurros
e das letras menores 
na bula de remédios
e de todos os amores
que tive para combater
o tédio!
Devo combater agora
essa ulcera
que me pulsa
entre os olhos, dor
cega e amarga.
Dói
como braços de lavadeiras.
Dói
como um motel sem vaga.

Fome


Ouça o rosnar do grande monstro dentro de ti
A fera habita teu peito
e sente fome
do mundo
A grande essência humana
uma besta
que conseme prazer e violencia.
A imagem nao saiu a semelhança.
Ou talvez
eu pense Deus do modo errado
ou talvez 
nao.
O cordeiro de Cristo.
Pele
sangue e carne
quente
como eu 
e você.
E sinto fome louca
dos teus lábios
dos teu braços
e do perfume dos teus cabelos...

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Pensionato.

Mudei uma vez, mudei outra vez Sai do lugar Estive bêbado andei solitário fiquei longe fui enganado mas não sou mais. Agora sou sabedor das coisas do mundo dos passos de dança dos ritmos de musica e do amor vagabundo. E de vagabundas estive cheio, na cama no armário no banheiro... e os rastros 
que ela deixou 
ainda são visíveis nas marcas nos lençóis nos hematomas na minha cara E não fui capaz de conquistar nada alem de ilusões, cigarros e a sorte das cartas... cartas marcadas... ditam meu destino enquanto meu grande amor, distante já vai indo, ao encontro de outras três... Mudarei outra vez o pé de acordar a hora de dormir o caminho de chegar e o jeito de sumir.

Delirio


E como eu contemplava teus cabelos claros
De cor já quase despidos
Pensava em todos os sinais
Previsões e signos
Que falavam de amor imoral
De um sonho ideal
De um caso proibido
com olhos coloridos
olhando girassóis...
Diga meu nome,
Antes que eu me esqueça
Dos pudores essenciais
que regem nossa conversa
e nos impedem de amar
tao profundamente
 que se possa afogar, no calor dos teus braços
todos os desejos primitivos
todos os dentes, unhas, cabelos e gemidos
que guardei para os teus ouvidos
e para a tua imaginação...
que é feita de cores escuras
e fumaças soturnas e
drogas perigosas...
veneno de rosas
presas de leão
pele de lobo banhada a ouro
e eu serei o teu tesouro
num casaco de peles
ou numa armadura.
O ápice da sua loucura !
será tocar meu corpo e esquecer-se
de quem é
o que tem e
 pra que veio.
Vejo o seu anseio
Para falar sem segredos
E ter entre os dedos
O fio da navalha e
O meu beijo em sua boca.