Construa-se menos ignorante. Construa-se mais respeitável. Construa-se gente. Seja humano. Seja quem se é. - Walter Junior.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Dedicado...

 
Mas cara,
eu lhe dou todo o meu amor
entrego-lhe o meu coração e a minha vida
para além de rezas ou leis.
Lhe dou os meus labios e os meus olhos
cada parte de mim para
sonhos e canções.
Me ame tao qual sua mente possa suportar
Sem conformismo
ou resignação
Funda seu corpo ao meu
E deixe que nossos olhos morram
um sobre o outro
até a eternidade.
E toda a curiosidade
que você
desperta em mim
deixa o coraçao
pulsante
o peito
arfante
e a pele
umida.
Há um misterio no ar
na sua maneira
 de olhar
que me faz
sucumbir
aos meus desejos
primitivos.
Há um cheiro de amor
desses que sao de embebedar
e embalsamar
as minhas unhas na tua carne
e os teus dentes na minha pele
e a tua boca no meu pescoço
e a tua vida no meu olhar.

domingo, 10 de novembro de 2013

Into Your Blues


Ei querida venha cá
que eu tenho boas coisas a lhe dizer
eu sei que ando meio perdida ultimamente
mas deixe que eu acenda so mais esse cigarro
e lhe contarei a historia inteira
de como vim parar neste lugar!!
Meu docinho terminou comigo
mas eu estou bem
depois de um choro ou outro
você consegue fazer disso uma
canção de blues!
Ei cara ainda esta escuro e nós podemos agitar!
vamos dançar a noite toda no bangalô.
A noite é um anjo e cura
todas as feridas de amor.
Hoje meu bem me deixou
mas amanha farei disto bebedeira e poesia
farei das dores uma alegria
dessas soturnas
que só os decepcionados acham graça.
Nao existe amor em Hollywood.
Nao existe mais nada entre nós
E meu único amor sempre foi 
e sempre será essa
capacidade de me afundar
nas canecas de café
nos casacos militar
e nas agulhas de heroína!
Nao existe mais 
sua pequena,
sua menina.
só há os bangalos
e as luzes eternas da cidade
e o rock n' roll.
Deixe rolar cara,
deixe rolar
até queimar!!
Você se foi e levou minha alegria
presa no sorriso de verão
que você exibia.
mas esta tudo certo
vamos dançar!
você tem que se reintegrar
juntar seus cacos e dançar
dançar e dançar
e cantar e fazer amor
e fazer poesia, e fazer
coisas erradas das quais
tentara se arrepender.
mas nao conseguirá!
Voce tem que olhar a lua 
enquanto ela esta ai.
Caia fora da cidade!
Essa noite
meu garoto terminou comigo
mas ele pagou a ultima cerveja
e eu lhe dei um ultimo beijo.
E eu pensei que iria ve-lo no domingo atarde
mas é melhor deixar rolar
deixar rolar
deixar rolar
deixar queimar
bem longe daqui!



terça-feira, 29 de outubro de 2013

Antes Que Me Mate


Deixe-me ser,
antes que me mate!
com estes toques que percorrem
meu corpo
com olhares penetrantes
e esse beijo viciante
que tem o sabor
de morangos
e
o furor de heroína!
Quero ser tua menina
nesta lenta descida
ao poço da loucura
Quero ser toda a cura
que te livra dos maus sonhos
Quero ser o teu sonho
cada noite mais intenso
Quero ser o lamento
nas cordas do seu violão
O câncer no teu coração
O inferno da tua alma...
Faça do meu corpo a tua ferida
a tua calma
Beba nos meus meus lábios
toda a vida eterna
que tem o sabor
de morangos
e
o furor de
heroína !!

domingo, 27 de outubro de 2013

R.I.P

 
E hoje provavelmente só o teu quarto me faria bem
Deitar no teu tapete, contemplar as estrelas do seu telhado
Ouvir as musicas somente nossas
Acompanhar um drink com uns tragos.
Hoje a tristeza pegou meu coração
Não penso que seja a morte ou
Qualquer coisa com razão.
Penso na tristeza como algo que completa
A boa sensação de que se vai morrer.
Morrer aos poucos
A cada passo
A cada beijo
A cada dia desgovernado.
Nervos em frangalhos!
Sentimentos profundos demais
Para um coração tão mortal.
E hoje tudo me faz mal
A sua ausência e a sua alegria
A distancia tão grande entre nós!
Hoje só queria olhares diferentes
E vozes de índio
A leveza no meu corpo
Quando desisto de tudo e deixo
As mãos do tempo me levarem.
Para lugares distantes, intocáveis pelos pés
Sombrios no pensamento
Lugares de lamento
E canções para sempre lentas.
Flautas na noite.
Morrer é o grande alivio.
Hoje me deitaria...
Morreria no fundo dos teus olhos
Queimaria nos teus braços
E voltaria amanha!
Nua e fraca, na calçada.
Eu voltaria!
Hoje eu só morreria...
Mas não quero morrer par asempre.
A vida as vezes é boa.
E eu não quero morrer.
Quero?
Não.
Hoje eu so queria
O tapete no teu quarto
O cheiro do teu corpo
E olhares de índio.
 
 
R.I.P Lou Reed.
 

domingo, 1 de setembro de 2013

Cinza de verão

 
Ainda da tempo de cantar as suas canções
o domingo saiu voando
pela janela do sexto andar
mas eu ainda estou aqui
esperando só para ouvir
as suas canções disfarçadas
de conversas
de nada que me interessa
e eu sei que você vai partir.
Vai deixar minha mão...
vai deixar a longa estrada
desenhada nos meu braços
o caminho vermelho
ate o meu coração...
E eu jamais digo adeus
eu apenas morro
na saudade
na solidão
 secreta
do quarto escuro.
Eu apenas morro
nos teus braços!
toda a pele queimando.
Queimando no teu beijo
no teu abraço...
morrendo lentamente
dentro dos teus olhos
que são como uma noite
quente e sem luar.
Feitos para me sangrar
o sorriso
o desejo
a alma
desesperada.
Matar-me em paixão!
Matar-me no verão
com um ultimo beijo forte
deixe meus olhos lacrimejarem
deixe seu perfume penetrar
nos meu miolos
como se fossem
 uma dose de heroína.
Não serei mais a sua menina
quando o verão chegar...
Amo-te apenas
para depois  me matar...
 
 
 
                
                                                             "Sortudos serão aqueles que morrerem." - A Ilha do Tesouro.
 
 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Soul cancer


E hoje minha Paciencia morreu de cancer
estava decrepita, fadigada, apodrecida..
Deixou apenas olhos cansados
derramando lembranças
incansavelmente
e um coração que é apenas sussurros....
Os ecos das freneticas batidas, ja esquecidos...
E hoje meu convite ficou em aberto
enterrado...
por baixo de grandes discursos
cheios de politica, religiao e moral
cheio de coisas na qual cuspi o desprezo
que sua ausencia me concedeu.
Meu amigo, meu irmao, meu amante
hoje o sol tocou-me
um toque ardente
mente frio
um beijo morto em meus labios...
Senti um amor sem sentido
qualquer frio fora de hora
qualquer desejo inexplicável
afundei num mar de pensamentos
através das luzes que passavam pela janela....
E pensei na minha mae
e pensei nos meus amigos
e senti o mais doce amargo na lingua...
Porque para nos, as amargas
sao as balas mais doces...
Doces como suas palavras de coração
Doces como esse desespero que encolhe
homens e crianças
embaixo dos cobertores
e as fazem tremer, chorar
desejar .....
E hoje eu cuspi em você
o meu cigarro
a minha bebida
as minhas drogas
e o meu coração.
Ai que esta a sua condenação!
A suas criticas
E todo o meu amor....
Jamais verá um sorriso em meus olhos.
Hoje meu amor morreu....
Ele estava cansado !

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O Casaco de Judy



Judy sempre usava um casaco.
Usava casaco em casa  e casaco  na rua.
Casaco para ver tv e casaco para ir ao mercado.
Cozinhava de casaco e corria de casaco.
Ia de casaco aos shows de rock e aos enterros.
Fazia amor de casaco e até tomava banho de casaco.
Judy estava com o coração partido
E sempre usava um casaco.
Lá fora faziam trinta e cinco graus, na sombra
Mas Judy sempre usava um casaco.
Fazia muito frio ali dentro,
no fundo de seu coração partido.

domingo, 19 de maio de 2013

Conclusões


Enganos corriqueiros.
  E estamos de volta ao ponto de partida.
Subita magoa no fundo do peito
Aquela conhecida vontade de chorar.
E descobri que até que gosto disso.
É a parte onde tudo faz sentido.
Onde tudo é certo.
E amanha o dia será mais claro
mesmo com tantas nuvens negras.
Amanha não haverá questões
ilusões, esperanças demais em algo abstrato.
Amanhã tudo serão fatos
E certezas de que não há nada por vir.
Já passou o tempo da espera.
Agora estamos de volta ao tempo da miseria.
De contemplar o vazio
do teto
do peito
dos sorrisos quentes
que não foram feitos para os meus olhos.
Por favor, agora mate-me.
Já tudo esta certo.
E acabado.
Mate-me, por favor.
Deixe escorrer até a ultima gota.
Deixe sangrar e arder o dia inteiro.
Que Deus salve a rainha,
mas devolva nosso dinheiro.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Fotografia


Tirei uma foto sua
enquanto você dormia
e capturei os defeitos da sua maquiagem
capturei seus olhos que as vezes
eram verdes
que as vezes eram
tristes.
Capturei a sua inocencia
que estava desaparecida
desde a ultima quarta-feira.
Senti amor.
Senti medo.
Senti pena.
Mas senti mais que tudo
a febre em teu coração
correndo como elefante desgarrado
batendo como asas numa noite quente.
Senti amor.
Senti medo.
Senti a fome
no teu sorriso
desesperado por abrigo
por uma bebida que lhe acalma-se
a alma.
Capturei quase a tua essencia
naquela fotografia.
Guarda-la ei até o fim
dos meus dias.
E tamanho foi o amor
que senti
que senti medo...
dos teus olhos
que eram tristes
que eram negros
que eram teus.
Senti desespero.
Quis sentir o sabor
do beijo teu.

sexta-feira, 26 de abril de 2013


Dores agonizantes
Sem saber qual é o motivo.
O mundo esta embalado ao som dos anos 50.
Mas dentro de mim algo se contorce dolorosamente
Arrasando carnes e ossos sob o lado esquerdo do peito.
E as vezes meu coração fede a mofo e a cigarros.
Transtornado de raiva e um sentimento de posse.
Queria que o mundo inteiro fosse meu.
A divisão de bens comuns
não é exatamente justa.
E não há nada que eu possa fazer
a  não ser me incomodar .
O amor é grande!
Perverso.
Tirano
demais para ser controlado.
Casa escura, com poucas janelas
mal cheirosa e vulgar.
Bem-vindo ao meu mundo!
É dessa maneira baixa que irei te amar.
Sem cortinas floridas  ou luz do sol.
Sem chá.
Somente eu e o meu coração
que as vezes fede a mofo e a fumaça de cigarros.
Bem vindo ao Lar.

domingo, 7 de abril de 2013


As curiosas sensações de amor no peito
que mais afligem do que amam
que te fazem desejar desesperadamente
uma bebida quente e o calor dos cobertores.
Uma fisgada profunda onde você é mais concreto
onde não há fachadas nem disfarces
uma dor na unica parte onde você é
inteiramente você.
Cru e honesto.
Sem arrogancias.
Vulneravel.
É por isso que de amor eu não falo
quanto mais pessoas você ama
mais fraco você é.
E o meu nariz é muito em pé
e meu coração muito profundo
amar me cansa os olhos
me da olheiras
me deixa desanimada, largada no sofá
em mente apenas com musicas ruins
e cicatrizes demais pra ostentar.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Ratos de Cidade


O que os garotos estão consumindo?
Lixo industrial e garotas baratas
botas sujas e rádios ruins.
A chuva acida no fim da tarde
após transas escondidas e 50ºC de sol.
Os garotos estão apodrecendo
cheios de poesia no canto da sala
como ratos fugitivos no esgoto
transitando na zona do amor.
A cidade esta cinza demais para 
ser feliz
Os guardas estão atacando
quem caminha sobre a grama
e até a grama esta sintética
sob o céu do Jesus urbano.
Garotos podres.
Garotos se arrastando pela cidade.
Comendo comida rápida .
Comendo garotas sem graça.
5 minutos. Prazer instantâneo.
Peguem leve no parquinho infantil
Tantos ruídos arranhando meus miolos
que meus pensamentos parecem soltos
no espaço
Garotos suburbanos se arrastando
na zona do perigo.
E tudo o que me resta agora 
são amores drogados....



terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Quarenta graus (40ºC)



Nas primeiras horas do dia
quando o dia ainda é noite
e o Sol é uma Lua alaranjada
há um calor latente no quarto
insetos zunindo nos ouvidos
uma onda de choque raivoso
sob dos pés a cabeça.
E a há outra onda 
por baixo do edredom
cheia de desejos e excitação
há uma onda por baixo da camisa de pele...
Martelos, pás e picaretas
marretando, batendo, batendo
pelo lado de dentro
tentando encontrar uma passagem
para o ar quente
é um mecanismo vulcânico. 
Algo quente demais por baixo da carne
querendo irromper, querendo explodir
e seu rosto são fagulhas nos meus olhos
e seu nome é agua na minha boca
e eu sou um objeto com um cigarro pendurado de lado
sou um mecanismo de Deus projetado para
sentir dor
sentir medo
sentir fome
e reclamar do tempo.
Pensar em amores platônicos
e calcular as calorias dos sagrados alimentos.
Eu sou um objeto inerte no seu tapete
contemplando a tv
com os mais nobres classicos de hollywood
e tocar a ponta do seu pé
com a ponta do meu pé
e te beijar
de leve, mas com amor
e pensar que agora um trago cairia bem
e pensar que é tarde demais ou 
cedo demais
pra sentir paixão.
E sentir que há uma onda de choque 
dentro de mim
querendo romper os meus fios de cabelo
 e explodir.
E expandir o meu corpo por 
toda a extensão do seu tapete...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013



Blindarei a angústia, calcinarei os olhos
e tudo o que houver abaixo deles também será queimado
e o  coração arrancado
e jogado aos cães para que não sirva para mais nada, exceto, 
pulsar inerte e vermelho no chão do patio.
E ainda sim não doerá tanto quanto 
os acoites de lembranças 
compelidos pela mente, goela abaixo, 
contornando os pulmões  até acertar 
o átrio esquerdo 
com o frio de uma bala quente.
Blindarei lembranças de conversas
longas como a tarde e 
agradáveis como a primavera, 
que sopravam mornas 
para dentro dos ouvidos 
fantasiando coisas
 incríveis demais
 para esta vida.
Mas tudo o empurrava 
ao contrario, e 
ao contrario 
também foram as suas paixões. 
Sempre ao contrario, 
pela contramão 
no fim 
ninguém estava lá.
Sentiu que era tarde. 
Sentiu vontade de chorar. 
Mas interrompeu o pensamento...
já era a hora do chá.

sábado, 12 de janeiro de 2013

À La Bukowski


E escreve silencioso
palavras de verão
que ardem mais que o duro sol do meio-dia
que queimam feridas tratadas com sal e limão
e acende um cigarro que trás marcas de batom vermelho.
Batom de uma vagabunda
que roubou-lhe o sono por noites infindáveis
e não se satisfez em somente vê-lo derrotado.
Teve de chuta-lo.
E bebeu um trago daquela velha garrafa
guardada na segunda gaveta da escrivaninha
onde costumava guardar todas as suas coisas boas
quando ainda fazia uso delas.
Lenços e fotos e brinquedos da infância e cartas de namoradas.
E desejou secretamente que a vadia que o golpeou
morresse sufocada
nos próprios beijos de seu amante qualquer.
Vomitou no tapete da sala
e deixou que seus miolos rolassem pra debaixo do sofá
com seus pulmões, seu almoço e seu coração!
E nunca sentiu raiva tão voraz inflamar no peito
e nunca teve tanta tinta para escrever
e pintar a casa
como quando rasgou os pulsos
e ouvi um som distante
achou que fosse a morte com passos leves
mas ficaria mais feliz se fosse
a garota do correio.