Construa-se menos ignorante. Construa-se mais respeitável. Construa-se gente. Seja humano. Seja quem se é. - Walter Junior.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sem diálogo...!!


A minha geração anda abalada
Com tanto lixo tóxico na cabeça
E luxo falso nas sacolas.
Os meus nervos andam abalados
Com cada conversa superficial
Que aparecem aos meus ouvidos.
Se afaste de mim se me achar careta
Mas modas e casos futeis para mim são nauseas.
Todos dormem enquanto o mundo lá fora explode
Todos pintam as unhas enquanto são aprisionados.
Dou risada dessa gente ultrapassada
Com chapinha e calça colada
Estão dando bofetadas na sua cara
E você não tem nada pra se defender.
Cara, estou realmente rindo da sua cara
Você não sabe de nada e você não quer saber
Todos são covardes, ninguém é homem de verdade
Ninguém tem liberdade, e nem sabem como ter.
Patético, patético
Baladinha pra virar a noite, bebidas na cabeça
Eu sou livree, faça e aconteça.
Estou rindo de suas caras
Achando que são livres como passarinhos
Engordando gente esperta com seu dinheiro suado
Eu sou careta mesmo, e vocês são tapados
Gente futil de vida inutil
Perdida e sem caminho
Ninguém sabe quem é
Ou o que quer.
Me lembro de quando as pessoas tinham mais consciência
Hoje em dai tudo é aparência
E são todos caixas vazias,
Sinceramente, vocês me dão agonia!
Alguém de a mão para minha geração
Tire minha gente jovem da lata de lixo
Não posso mais nem conversar na rua
Sem me aborrecer com a superficialidade disso.
Socorroo to perdida nesse mundo de caixas vazias!!!


Caroline Mello

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Menino de Rua


É tanta gente inutil que eu não sei o que dizer
A minha professora não ensina o abc
Eu já tenho quinze anos e não sei nem escrever
Agora me diz, como é que vou crescer?
Meu pai não me deixa andar na rua
O desemprego ta grande e o crime também
É tanta coisa, tanta loucura
Que o assaltante é o próprio refém.
Eu vejo na tv tanta coisa errada
E vejo mais ainda gente ai parada
Todo mundo com a cara mascarada
Fazendo belos discursos, pra nao dizerem que não fez nada.
Me prendem na escola, para mim aprender
Que nada vida de verdade não se pode escolher
Vem falar de liberdade mas tenta me bater
Todos falam de felicidade mas me deixam sofrer.
Me jogam sarjeta, e nao perguntam se eu tenho fome
Todos me ignoram, sou só mais um garoto sem nome
Vivendo nas calçadas sem nenhum futuro em mente
Aprendendo o que é errado, com esse povo que se diz descente.
Arranquem esses cartazes,
Não deixem continuar,
Toda essa mentira, essa farça
Quem mais vocês querem matar?
Sou mais minha casa pobre
Onde ninguém sabe de nada.
Lá ninguém se faz de esperto
Pra atacar o próximo
Com uma punhalada.





C.S. MELLO 25 de Junho de 2010.

Inspirado em "O Reggae - Legião Urbana"

Rosa de Inverno


Eu trago uma rosa vermelha
Rosa bonita que daria a minha mãe
Mas agora minha casa incendeia
Num mar de chamas, de sonhos de areia.

Guardo a velha rosa sob o travesseiro
Com lágrimas nos olhos e esperança no peito
Espero, triste agora, o sol derradeiro
Que amanhã a morte fria, não leve outro para o leito.

Dou a rosa morta a uma bela senhorita
Um homem frio, toma-lhe das mãos.
Com botas pesadas ele faz o seu caminho,
Ela o segue, submissa a sua condição.

Pétala por pétala,
Observo os homens que vem e se vão
Capturo em cada olhar uma agonia
Um vazio em cada coração.

Planto o que sobrou da bela rosa
Num monte de neve fria,
Se é desse gelo que a dor nasce,
Talvez brote amor algum dia.



C.S.Mello 05 de Julho de 2010.